domingo, 30 de maio de 2010

Consumindo em sonho


Vestidos, moldes e estamparias
Prego rebites, botões, faço dias de bruxaria
Construo o que agulha e linha permitirem
Antes, aprendo a costurar, juro!

sábado, 22 de maio de 2010

Eu desejo


Unhas dos pés pintadas de vermelho
Emprego bem remunerado vitalício
Biblioteca com livros lidos
Bandas diversas
Cadeira cativa no cinema
Casa própria um dia
Carro bom e sem problemas
Cremes, perfumes e maquiagens sobre a penteadeira
Uma namoradeira para repousar

terça-feira, 18 de maio de 2010

Penteadeira

Dentre meus sonhos, meu consumo de menina...rs


Sobre a ira


Estou em combustão
Qualquer faísca, qualquer traço, passo em falso
Quero calar sua boca
Abrir a porta do carro em movimento
Sinto meu rosto formigar
Ficar vermelho
Olhos ardidos
Embaçados
Choro. Muito. Incontrolavelmente
Cabeça dói
Mundo pequeno
Sem placas
Sem saídas pela tangente

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Estranho... muito estranho!


Ele diz que me quer
Parece não saber meu nome
Ou que me arrisco cada vez que penso nele
Não sabe que quando ele aparece, perco a fome
Mas é arisco e inacessível
Brinca de gata e rato comigo
Mexe com minhas fraquezas de mulher
Que essa moço sabido saiba me tratar direitinho
Pois nunca disse que a história do príncipe encantado era crível

PS: Não gosto de gatos...aff

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Noite de maio


Acabo de contar as estrelas do firmamento
Há brilho e luz para onde quer que eu olhe
Nada tão exato ou bem delineado
Em certas horas algumas fagueiras riscaram o céu
Deitada na grama verde e úmida pelo sereno
Sentia o mundo ficar mais frio
Meu coração o acompanhava
Imóvel, gelado
Mas ainda obervava a vida de tudo
Eu ainda respirava
Apreciava a terra fofa com as pontas dos dedos
Ouvi os sons do mundo, mas não ouvi o que meu peito contava
Não deixei pegadas de onde vim que me pudessem guiar de volta para lugar seguro
Faço a oração dos aflitos e perdidos, fecho os olhos e durmo

Passos pra trás


Cabeça longe
Juízo fraco
O certo está distante
Eu ousei
Há demora
Não saiu como nos meus planos
Sustos e desconfianças
Se houver resposta?
Se ela vier no momento inoportuno?
Faço o que?
Troco meu número?
Ele faz isso pra me matar aos poucos
É isso ou ele tem consciência do abismo que é brincar de jogos de azar
Vejamos do que uma letra é capaz
Fico entre a cruz de pedir aos céus que nada aconteça e a espada que corta a vontade urgente de você

terça-feira, 11 de maio de 2010

Quando me descubro passional


Hoje eu não dormi
Há menos respostas que estes meus por quês
Você não permitiu que eu trabalhasse as horas sagradas dos dias
Se comi, se acordei, se respiro
Tem me sido doído saber
Cada hora que passa e silêncio, e vazio
Todo carro veloz que no asfalto conta quente a vida por um fio
E me lembro de nós
Menos a parte em que estou
E tudo fica longe, pesado e sem cor
Estou exatamente onde está você
Percorri os caminhos do impossível, fiz meu desvio particular
Sentei-me ao seu lado, é onde quero ficar
Sinta as pontas dos meus dedos nos seus dedos
Perceba meu hálito quente, próximo ao seu ouvido quando te digo:
Conta-me das fábulas, diz-me linda, beija a boca, suave, de vontade pulsante
Tire do meu peito toda angústia que causa esse medo

Amor e medo - Casimiro de Abreu



Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.

O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair cias tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.

É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!

Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?

A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!

Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas!...

Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...

Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...

Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!

No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!

Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.

Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

Contando meus "ai's

Ainda sinto meu estômago apertar quando penso em você.

Ácido corrosivo chamado ciúmes

Eu esperei por você durante muitos dias
Escrevi cartas que não mandei
Sonhei sonhos acordada e você estava em todos eles
Você veio
Peito apertado
Vontade de tudo
Não deveria ter me olhado desta forma
Não queria te ver daquele jeito
Tão alegre ao ler cartas que não as minhas
Quis correr
Passional
Ácido corrosivo do ciúmes
Dominando todas as células do meu corpo
E o medo de parecer infantil
Ser menos, cair no conceito
Der perdê-lo
Mas você não é meu
Eu não sou sua

Sr.N

Quis arranhar suas costas
E te virar pelo avesso
E te beijar inteiro
Quis afastá-lo de tudo
E não mais sorrir senão pra mim
Quis ao teu lado estar
E na tua cama dormir
E permitir que me olhe daquela forma desconcertante, indecente
Que me derrete
Que me afunda
Quis saber o gosto do seu beijo
E saber o quão desejada eu seria
E de dar bom dia
Quando o sol já estivesse dando o o ar da graça
Quando tudo fosse graça
E o frio do meu estômago permanecesse
E tudo fosse calor e calma e vontade e deleite

Como poderia?

Como eu poderia exigir fidelidade?
Não havia nenhum contrato de exclusividade.
Todos os pequenos sorrisos que ofertava à outra.
Aqueles que eram meus.
Doía uma dor incômoda.
Sem razão de ser já que não passou de empolgação.
Mas de fato, não poderia oferecer nada agora.
Não agora.
Pena

De novo

Blog novo.
Não que eu o quisesse.
Na verdade, desejava permanecer onde estava.
Era íntimo e acolhedor.
Seguro.
Se esse é o preço que se paga para que eu permaneça sã e detentora de todas as partes de mim, eu aceito.